Faça-se a Luz
Créditos para a imagem: Imagem criada pelo autor usando o pincel sparks no editor de imagens Gimp.
De Mainframes para a Casa
Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs) permeiam a vida moderna. Contudo, nem sempre foi assim. Há cerca de duas ou três gerações, computadores modernos não existiam. Usava-se o termo computador em referência a pessoas especializas na realização de cálculo matemáticos.
Computadores tornarem-se máquinas a partir do século XX. Em meados da década de 1950, surgiram mainframes -- máquinas enormes, muitas vezes que requeriam a ocupação de salas inteiras. Salas grandes, comumente do tamanho de quadras esportivas.
Os preços eram impeditivos. Era comum que apenas universidades ou grandes empresas dispusessem de recursos e infra-estrutura para adquirir, manter e operar mainframes.
A possibilidade de realizar cálculos matemáticos rapidamente era revolucionária para época. Para os dias de hoje, as especificações das máquinas certamente causariam estranheza -- talvez até decepção. Freqüências na ordem de dezenas de Hertz e memória contada em bytes ou kilobytes são, para os padrões atuais, difíceis de conceber se comparadas aos padrões atuais.
De fato, observou-se, nas décadas seguintes, um crescimento exponencial na capacidade e no desempenho de mainframes, acompanhando da diminuição de preços. Pouco a pouco, as máquinas passaram das grandes salas para as salas das casas, com o surgimento e a popularização do computador pessoal (personal computer, comumente abreviado pela sigla PC).
Da Casa para o Bolso, do Bolso para o Corpo
Em meados da década de 1960, Gordon Moore observou que o número de transistores em circuitos integrados dobrava, aproximadamente, a cada dois anos. Embora empírica, a observação, que se tornou conhecida como Lei de Moore, mostrou-se válida até cerca do início dos anos 2000.
Ao mesmo tempo, o tamanho dos circuitos integrados continuava a diminuir. Simplificadamente, pode-se entender os fatos como se, a cada dois anos, existisse um computador cerca de duas vezes mais potente. Mais capaz, mais barato, menor. Novos modelos de processadores eram mais rápidos que seus antecessores, capazes de realizar operações mais complexas em menor tempo. Freqüências de processadores rapidamente avançaram de dezenas de Hertz (Hz) para milhares (quilohertz ou kHz), de milhares para milhões (megahertz ou MHz), de milhões para bilhões (gigahertz ou GHz). Limites físicos tornaram-se mais significativos em processos de fabricação; assim, do final da década de 1990 até o momento da escrita deste artigo, computadores continuam a operar na faixa de gigahertz.
Avanços semelhantes em capacidades e freqüência para memória permitiam o processamento e armazenamento de mais dados. Bytes (B), kilobytes (KB), megabytes (MB), gigabytes (GB), terabytes (TB), petabyte (PB), exabytes (EB)...
De quadras esportivas, computadores tornaram-se diminutos a ponto de mesas (desktops). De mesas para o colo, com laptops. Do colo para o bolso, com smartphones. Mais recentemente, observa-se a transição do bolso para as roupas (tecnologias vestíveis) e mesmo para o corpo humano. Talvez não os ciborgues previstos por obras de ficção científica, mas ainda assim seres humanos cibernéticos.
Da Mente para a Máquina
Talvez surpreendentemente, em certos aspectos as máquinas de hoje continuam tão limitadas quanto em seu início. Computadores não são máquinas inteligentes, pelo contrário; são máquinas limitadas, desprovidas de inteligência. Elas são capazes de repetir e seguir instruções incansavelmente, mas as instruções provém de meios externos. As máquinas não entendem palavras nem desenhos, não sabem o que são números. Elas emitem luzes e ruídos; vibram. Algumas esquentam.
A inteligência das máquinas é definida por pessoas. Computadores seguem instruções definidas por pessoas, na forma de programas. Pessoas definem instruções que as máquinas entendem, por meio de códigos. Toda solução de problemas computacionais tem origem em idéias e soluções concebidas por pessoas.
Seres humanos conversam com máquinas por meio de códigos. Linguagens de programação são exemplos típico de códigos, mas existem outras. Algumas de nível mais baixo (por exemplo, combinação de circuitos), outras de nível mais alto (por exemplo, linguagens visuais e demonstrações).
Do Código à Luz: o Aprendizado de Programação
Pessoas implementam a solução uma vez, criando programas (aplicações, aplicativos, ou, mais recentemente, simplesmente apps). Um computador pode repetir as instruções quantas vezes forem necessárias, executando programas compatíveis.
Desenvolvedoras e desenvolvedores de software criam o código. Do código, faz-se a luz. Da problema à idéia, da idéia à solução, da solução à implementação. Ao longo do tempo, com as próximas entradas deste site, pretendo ajudar você a criar seus próprios programas de computador e resolver problemas usando as máquinas digitais.
A programação é uma forma de magia. Palavras codificam instruções. Da luz da idéia à luz da solução apresentada pelo programa na tela. Faça-se a luz.
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